Pontuação

 

Pontuação

Os principais sinais de pontuação são: ponto, vírgula, dois pontos, exclamação, interrogação, parênteses, ponto e vírgula, travessão, aspas, reticências.
Vejamos como podemos usá-los:
PONTO ( . )
a) no final de uma frase (afirmativa, negativa ou imperativa).
Ex.: Lembro-me muito bem dele./ Ele não fez a lição./ Não me deixe.
b) nas abreviaturas.
Ex.: Av.; V. Ex.ª; Sr.
VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa de curta duração. Separam-se os termos de uma frase, de acordo com a sintaxe, ou seja, com a relação que esses termos mantêm entre si. Há partes da frase que podemos e devemos separar e há outras que não.
Quando usar a vírgula:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
b) separar apostos (termo explicativo). Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial (termos que indicam circunstâncias como tempo, lugar, modo) antecipado ou intercalado.
Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
Domingo de manhã, vou à missa.
d) separar elementos de uma enumeração.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
d) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.
e) separar conjunções intercaladas.
Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
f) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
g) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)/ Ele gosta de futebol e eu, de basquete (omissão do verbo “gostar” = e eu gosto de basquete)
Quando não usar a vírgula
Não é possível separar termos integrantes da oração, ou seja, os termos que não podem ser dispensados para o sentido da frase (sujeito, verbo e seus complementos).
Juliana gosta muito das aulas de português.
Juliana= sujeito/ gosta= verbo/ das aulas de português: complemento (objeto indireto).
Observe que não frase não há nenhum dos elementos que podem ser separados com vírgula: vocativo, aposto, expressões de tempo/lugar/modo, conjunções. A frase é simples, ou seja, é um período simples, apenas uma oração, em torno de um único verbo. Assim não há mesmo o uso da vírgula. A vírgula surgiria se a frase fosse:
Alunos, Juliana gosta muito das aulas de português. Sejam como ela. (alunos = vocativo)
Juliana, aluna do 8.º ano, gosta muito das aulas de português. (aluna do 8.º ano = aposto)
Na 5ª série, Juliana gostava muito das aulas de português (na 5ª série = expressão de tempo/loc. adverbial)
Juliana gosta muito das aulas de português, mas não gosta de História (período composto, duas orações na mesma frase)
DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
– Parta agora.
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
c) antes de citação.
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”


PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo.
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
b) Após imperativo.
Ex.: Cale-se!
c) Após interjeição.
Ex.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional.
Ex.: Que pena!


PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas.
Ex.: Como você se chama?
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação.
Ex.: – Quem ganhou na loteria?
– Você.
–  Eu?!
PARÊNTESES (   )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.
“Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI-  destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (…) ” (O visconde de Inhomerim – Visconde de Taunay)


TRAVESSÃO ( — )
a) dar início à fala de um personagem.
Ex.: O filho perguntou:
— Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos.
— Doutor, o que tenho é grave?
— Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom.
ASPAS ( “  ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual.
Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar – Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘  ‘ )

RETICÊNCIAS ( … )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe…eu queria te dizer que…esquece.
b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.
Ex.: – Alô! João está?
– Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde…
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa…” (Cecília- José de Alencar)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: “Quando penso em você (…) menos a felicidade.” (Canteiros – Raimundo Fagner)